Estes últimos tempos não têm sido nada fáceis para a justiça portuguesa. Todos os casos (ou supostos casos) que têm vindo a lume, demonstram uma justiça que não funciona quando não interessa, ou então não funciona porque tem interesses.
O debate inócuo entre o Procurador Geral da República e o Presidente do Supremos Tribunal de Justiça, parece uma troca de galhardetes do café da esquina, numa linguagem que parece propositada para dar a lado nenhum.
Mas demonstrações que a justiça não está nada preocupada com a sua imagem e que está muito interessada em entrar na política não são só estas.
As imagens de um Oficial de Justiça a querer notificar um orgão de comunicação social sobre um providência cautelar foram, para mim, chocantes. O oficial de justiça foi gozado por aqueles que, quando ganham um processo na justiça, tanto gostam de o publicitar.
Independentemente da justeza da providência (não me cabe a mim aferir) a verdade é que os tribunais funcionaram como deviam e o jornal Sol fez de conta que a justiça é só para os outros (já serão influencias angolanas?).
Mais estranho ainda é que, por exemplo, a Associação Sindical dos Juízes, tão lesta a solicitar esclarecimentos a Sócrates sobre o Face Oculta (e bem), não tenha feito qualquer comentário à banalização da decisão de um par, provavelmente membro da associação, sobre a publicação do jornal.
Também o Sindicatos dos Magistrados do Ministério Público mantêm o silencio total sobre este regabofe que aconteceu na sede do Jornal Sol.
Sempre ouvi, desde pequenino, que o respeito não se impõe, conquista-se. Desta forma é normal que seja cada vez mais difícil que, quem quer que seja, respeite qualquer elemento da máquina judicial.
É pena… mas é sempre mais fácil dizer que a culpa é dos outros!
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