Do arquivo mensal:

Novembro 2012

As estruturas do partido socialista de Arouca – PS e JS – acompanham com extrema preocupação a situação do Serviço Básico de Urgência (SUB) e o funcionamento do serviço de raio-x.

A renovação dos contratos com as equipas medicas apenas até Dezembro e a redução para apenas 1 funcionário no serviço de raio-x, põem em causa os serviços prestados às populações e exige, em muitos casos, deslocações para hospitais de concelhos limítrofes de Arouca, com os transtornos e custos que isso acarreta.

Conhecendo a forma irresponsável como este Governo tem fechado e se prepara para fechar serviços públicos, o PS e a JS de Arouca solicitaram ao deputado do Partido Socialista, Filipe Neto Brandão – membro da Comissão Parlamentar da Saúde – que solicitasse esclarecimentos ao Ministro da Saúde sobre a situação do SUB de Arouca, indicando que este nunca esteve sinalizado para fechar e que se encontra com falta de radiologistas.

Em resposta a essa solicitação, Filipe Neto Brandão levantou a questão aquando da discussão na especialidade do Orçamento de Estado de 2013, tendo recebido a garantia do Ministro que a questão da falta de técnicos de Raio-x será reposta.

Esta informação, conjugada com os elementos já tornados públicos pelo Sr. Presidente da Câmara resultantes da reunião com a ARS, parece ser tranquilizadora para os arouquenses.

No entanto, e como a voragem pelo fim dos serviços públicos parece continuar por parte do PSD e do CDS/PP – cujas estrutura locais estão, curiosamente, silenciosas sobre este risco para Arouca – o Partido Socialista e a Juventude Socialista de Arouca continuarão, obviamente, a acompanhar o tema.

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Publicada por PS Arouca
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Sara Didelet, uma das capturadas na Manif

por Pedro Sousa em 18 de Novembro de 2012

em País

Explica, na primeira pessoa o que se passou e como foi no Tribunal de Monsanto:

”RELATO DA MANIFESTAÇÃO DE 14 DE NOVEMBRO

Ao contrário do que muitos possam pensar eu não tenho qualquer sede de protagonismo ou vontade de me expor, antes pelo contrário, há até alturas em que prefiro honestamente passar despercebida, mas esta altura não é (porque não pode ser) uma delas.
Decidi escrever este texto porque como cidadã sinto-me não só no direito como na obrigação de relatar o que realmente aconteceu na passada manifestação de 14 de Novembro na Assembleia da República, e digo realmente porque infelizmente mais uma vez a comunicação social preferiu manipular e ocultar a verdade, já para não falar das nojentas e falsas declarações da PSP.
Cheguei a São Bento acompanhada do meu namorado e dois amigos por volta das 16:00/16:30 quando o Arménio Carlos da CGTP ainda estava a discursar. Mantive-me lá alguns instantes, tendo depois chegado outra amiga nossa. Entretanto desloquei-me com uma amiga ao Mini Preço e qual não foi o meu espanto ao ver quando voltámos que já as grades tinham sido derrubadas e já um enorme alvoroço ocorria. Quem esteve presente não pode mentir e ser hipócrita dizendo que não houve violência da parte dos manifestantes pois é claro que houve, durante duas horas os polícias do corpo de intervenção foram agredidos com pedras da calçada, balões de tinta, garrafas de cerveja, etc. Foram agredidos sim, mas por uma MINÚSCULA minoria dos que estavam presentes na manifestação! No meio de milhares de pessoas talvez só umas 10 (e bem visíveis) arremessavam pedras e outros objectos. Independentemente da agressão que sofreram NADA justifica o que se passou em seguida… de repente, sem qualquer aviso prévio, (embora a comunicação social e a PSP insistam que houve um aviso feito através de megafone quem esteve presente na manifestação sabe tão bem quanto eu que não se ouviu absolutamente nada e que não foi feito qualquer esforço para que se ouvisse…) a polícia carregou sobre os manifestantes com uma brutalidade sem medida e que eu jamais tinha visto na vida. Como todos os outros comecei a correr e encostei-me à parede, de seguida várias dezenas de pessoas (muitas de idade avançada) se juntaram a mim e tentámos todos proteger-nos uns aos outros. A maioria das pessoas chorava e gritava “PAREM! PAREM POR FAVOR! NÃO FIZEMOS NADA!” e a polícia continuava a espancar toda a gente sem dó nem piedade e ainda com mais força! Vi velhotes a serem espancados, sei de pessoas que viram pais a serem espancados com os filhos pequenos ao colo, sei de pessoas que viram a polícia a tentar espancar uma pessoa de cadeira de rodas e vários manifestantes a rodeá-lo apanhando a pancada por ele para o protegerem. No meio de tanta violência, confusão e multidão histérica tentando sobreviver o melhor que sabia, consegui fugir com o meu namorado mas acabámos por nos perder dos nossos amigos. Continuámos sempre a fugir em direcção à Avenida Dom Carlos I, várias vezes parámos pelo caminho pensando que a polícia já não vinha atrás de nós, e várias vezes tivemos que fugir novamente pois a perseguição continuava. Acabámos por encontrar novamente um dos nossos amigos e depois de vários chamadas telefónicas soubemos que as duas meninas nossas amigas tinham ficado retidas pela polícia, marcámos um ponto de encontro e passados uns minutos elas lá conseguiram fugir e encontrámo-nos todos. Daí para a frente o nosso único objectivo era conseguirmos perceber o que se estava a passar mas acima de tudo assegurarmos também a nossa segurança, mas rapidamente percebemos que tal não seria possível. A polícia pura e simplesmente não parava de perseguir os manifestantes! Continuámos sempre a fugir, parando pelo meio para curtos descansos pois a perseguição continuava… já na Avenida 24 de Julho pensámos estar safos mas que mera ilusão, aí ainda foi pior! A Polícia continuava atrás de nós e de muitos outros mas desta vez disparando balas de borracha! Todos corremos apavorados o máximo que podíamos até que de repente mesmo ao pé da estação de comboios fomos interceptados por um grupo de polícias à paisana que violentamente e chamando-nos todos os nomes e mais alguns nos obrigaram a encostar às grades da estação enquanto mandavam ao chão e agrediam outras pessoas. Lá ficámos sendo enxovalhados e revistados vezes e vezes sem conta. Os rapazes foram todos algemados (uns com algemas e outros com braçadeiras) e separados das raparigas e de seguida fomos obrigados a sentarmo-nos todos no chão sem saber o que ia acontecer pois os polícias só nos intimidavam e não respondiam a nada. Devo frisar que devíamos ser cerca de 15/20 pessoas todos na sua maioria jovens adultos (18/20 anos) e inclusive um rapazinho de 15 anos! Lá fui posta dentro da carrinha com as minhas duas amigas, com o meu namorado e com mais 6 jovens (um dos amigos que tinha ido connosco conseguiu fugir), ou seja 9 pessoas dentro de uma carrinha com capacidade para 6. Fomos dentro da carrinha (os rapazes todos algemados) sem nunca nos ter sido fornecida qualquer informação sobre o lugar para onde íamos ou sobre o que nos ia acontecer. Chegando ao local estivemos uns intermináveis minutos todos fechados dentro da carrinha até que com intervalos pelo meio nos foram tirando de lá um a um, até no final só ficar eu. Fora da carrinha agarraram em mim sempre a gritarem “BAIXA A CABEÇA! OLHA PARA O CHÃO CARALHO!”. Já dentro da “esquadra” (Tribunal de Monsanto, o que por si só representa uma ilegalidade) fui escoltada por uma mulher polícia até à casa de banho onde me obrigaram a despir INTEGRALMENTE, onde me obrigaram a colocar-me de cócoras para verem se tinha algo escondido na vagina ou no ânus, onde me obrigaram a tirar todos os brincos, anéis, pulseiras, atacadores dos sapatos e os próprios sapatos! Fui obrigada a dar o meu nome e data de nascimento. Ficaram com todos os meus pertences (incluindo o telemóvel que antes me tinham obrigado a desligar) e fui levada até à cela de meias num chão gelado! Lá á minha espera estavam as minhas duas amigas e outras duas meninas que também tinham sido detidas. O que se passou a seguir foram duas horas e meia ridículas e sem qualquer sentido… foram-nos sempre negados os telefonemas para casa, sempre que alguém falava nisso alegavam que não sabiam de nada, nunca nos disseram porque estávamos ali, nunca nos respondiam concretamente a nada, apenas mandavam bocas estúpidas! Ficámos na cela duas horas e meia ao frio, sem comer, sem beber, descalços e vá lá que nos deixaram ir à casa de banho embora às meninas tenham dito “espero que tenham aproveitado pois só lá voltam amanhã”. Passadas essas duas horas e meia fomos sendo chamados um a um para recolhermos os nossos pertences e para serem feitas as identificações. Foram preenchidas folhas em que nos eram pedidos todos os nossos dados (BI, nome dos pais, morada, telemóvel, telefone fixo, profissão, etc. …) tendo que assinar no final, caso não o fizéssemos não sairíamos dali. Lá fomos embora, vendo-nos todos no meio do Monsanto muitos sem saberem sequer como ir para casa.
Não fomos espancados na “esquadra” mas fomos todos vítimas de humilhação e violência psicológica. Todos fomos detidos injustamente sem nunca sequer termos sabido o porquê da detenção. Fomos perseguidos como criminosos desde São Bento até ao Cais do Sodré! Éramos todos jovens (como já frisei a média de idades devia rondar os 18/20 anos) cujo único crime cometido foi termos participado numa manifestação. Nem eu, nem nenhum dos meus amigos arremessámos qualquer pedra, garrafa ou o que quer que fosse, não o fiz desta vez nem em nenhuma outra manifestação. Fomos detidos e perseguidos injustamente quando já nos dirigíamos ao Cais do Sodré para apanharmos um táxi para casa!
Quem não esteve presente e não viveu tudo isto certamente pensará que estou a exagerar ou a dramatizar, mas acreditem que não, as coisas foram bem piores até do que aquilo que descrevo. A repressão policial sentida ontem foi muito, muito grave e digna dos mais nojentos regimes fascistas e ditatoriais! As pessoas estavam literalmente a ser espancadas e perseguidas nas ruas e não tinham ninguém que as protegesse! Eu vi velhos cobertos de sangue! Vi mulheres e homens aos gritos de medo e desespero!
Há quem sem sequer ter estado presente insista em “proteger” os polícias e dizer que agiram muito bem, que quem lá estava só tinha era que apanhar, que eles coitadinhos foram agredidos com pedras durante duas horas, que muito pacientes foram eles, que nós os manifestantes somos todos uns arruaceiros. A essas pessoas eu só vos digo: VÃO-SE LIXAR! Abram os olhos, abram a mente e vejam a realidade que vos rodeia! Vão a manifestações e vejam por vocês próprios o que realmente acontece! Sejam humanos, sejam solidários e deixem de acreditar em tudo o que a comunicação social vos mostra! NADA justifica tudo aquilo porque eu e milhares de pessoas passámos e isto não pode ficar impune! Toda a gente tem o direito de se manifestar sem ser agredido brutalmente ou perseguido! Fala-se num aviso feito pela Polícia de Intervenção mas ninguém ouviu esse aviso! Um dos rapazes que foi detido no Tribunal do Monsanto nem sequer tinha participado na manifestação, ia apenas a passar na Avenida 24 de Julho no momento das detenções! Acham isso bem? Acham correcto que dezenas de jovens inocentes tenham sido detidos sem terem cometido NENHUM crime? Eu não acho, acho vergonhoso, nojento e muito grave num país que se diz democrático e de 1º mundo! Foram queimados caixotes do lixo e postos a bloquear estradas? Sim foram, mas tudo como uma resposta de enorme ódio e revolta em relação à acção desumana da polícia! Eu era a primeira a ser contra o arremesso de pedras mas depois do que vi e vivi ontem digo com a maior tristeza do mundo: quem age assim não é um ser humano, é uma criatura maldosa e formatada e merecem o que lhes venha a acontecer daqui para a frente. São cães raivosos, mercenários do Estado que vestem a farda da ditadura em vez de protegerem o povo!
A todos os que foram detidos comigo, principalmente quem veio comigo na carrinha e as minhas companheiras de cela: OBRIGADA a todos! Obrigada pelo apoio, pela união, pelo convívio e risos mesmo numa altura tão triste para todos, pelas canções e assobios, pela partilha de opiniões e experiências e acima de tudo por lutarem por um país melhor para todos! Obrigada também a todos os que estavam à nossa espera à saída do Tribunal do Monsanto e a todos os que se preocuparam connosco.
Estou viva, bem fisicamente mas muito, muito triste e desiludida com tudo o que vivi … ainda estou em estado de choque e a achar surrealmente grave tudo aquilo que se passou. Peço desculpa se o texto não está o melhor possível mas é muito complicado relatar com exactidão tão chocante experiência.
O objectivo era incutir-nos medo e fazer-nos não frequentar mais manifestações? Teve o efeito exactamente contrário: não me calam e jamais me impedirão de lutar por aquilo em que acredito! A luta continua sempre! VOLTAREMOS!”

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Urgência Básica de Arouca não é para fechar

por Pedro Sousa em 13 de Novembro de 2012

em Arouca

O presidente da Câmara Municipal de Arouca garantiu esta segunda-feira à agência Lusa que o Serviço de Urgência Básica (SUB) local não irá fechar, embora refira que a Administração Regional de Saúde (ARS) admitiu “condicionamentos” na contratação do pessoal clínico.

A propósito da reunião com a direcção da ARS Norte, José Artur Neves declarou à Lusa: “Foi-nos reafirmado pelos responsáveis que o SUB não é para fechar. Tem é um problema pontual, que decorre da dificuldade de contratualização de alguns serviços, por força dos condicionamentos da Lei dos Compromissos”.

Recordando que em Dezembro terminam os três anos da prestação de serviços por parte dos médicos e dos técnicos de radiologia do SUB, o autarca lamenta que a ARS se tenha limitado a prolongar o contrato por um curto prazo e diz acreditar que os administradores desse organismo “estão a procurar a solução, que deverá aparecer nas próximas semanas ou, o mais tardar, no início de 2013″.

“Esta era a garantia de que precisávamos”, afirma José Artur Neves. “Não nos satisfaz totalmente ter o serviço manco neste momento, mas percebemos que os condicionalismos decorrem da conjuntura e das regras actuais, que são muito apertadas para todos os agentes públicos”.

Na mesma reunião, o presidente da Câmara de Arouca abordou também a situação do ambulatório do centro de saúde, que precisaria de mais recursos para garantir a cobertura dos 327 quilómetros quadrados de área do concelho.

“Existe a convicção da ARS de que a nova legislação, produzida pelo Ministério com a autorização dos sindicatos, vai facilitar a mobilidade dos recursos humanos e permitir uma melhor cobertura, com um grau de equidade que nesta fase não existe no âmbito do Agrupamento de Centros de Saúde de Arouca e Feira”, declara José Artur Neves.

“Com essas regras de mobilidade e a possibilidade de se instalar uma unidade de saúde familiar no centro de Arouca, à semelhança do que já existe noutros locais do concelho”, continua o autarca, “o ambulatório poderá também, finalmente, ter uma cobertura a 100 por cento no concelho”.

Para o presidente da Câmara, essa medida será particularmente importante, considerando que “há mais de um ano que não há medico permanente em Alvarenga” – freguesia serrana que dista 20 quilómetros do centro de Arouca, por estradas de montanha.

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É ISTO

por Pedro Sousa em 9 de Novembro de 2012

em País

‘No actual modelo de Estado social que temos, não existe qualquer ligação entre o que se paga e o que se recebe. Paga quem pode para ser usado por quem precisa. Não é necessariamente lógico, mas é justo.

A escola pública é financiada pelos impostos dos portugueses e não apenas pelos pais dos alunos. Aliás, muitas das famílias com alunos na escola não chegam a pagar impostos porque não têm rendimentos para isso. Deste modo, quem não tem filhos está a ajudar a educar os filhos dos outros. Mas tem uma vantagem indirecta muito importante: é melhor viver entre pessoas educadas do que o contrário.

O mesmo raciocínio se aplica aos cuidados médicos prestados pelos hospitais públicos. Há quem, por força do seu salário elevado, pague muito para financiar o Serviço Nacional de Saúde e que, por força da sua saúde, não tenha necessidade de o utilizar. Ganha quem não tem saúde, mas que seguramente trocava este ganho pela saúde que não tem.

Nas prestações sociais, é igual. Quem tem emprego, paga o subsídio de quem não o tem. Quem tem saúde, paga o subsídio de doença a quem não a tem. E quem tem idade para trabalhar, paga a pensão de quem já não pode – ou pelo menos não deve – trabalhar.

A isto chama-se solidariedade social. Solidariedade entre pobres e ricos; entre velhos e jovens; entre doentes e saudáveis. Individualmente, só uma parte é que ganha com isso. Globalmente, ganhamos todos enquanto cidadãos e portugueses porque temos uma sociedade mais igualitária, equilibrada e segura.

Esta solidariedade social, que com os tempos deixámos de valorizar e reduzimos a um simples chavão, é uma das realizações mais bonitas que os portugueses conseguiram fazer em 36 anos de democracia. E que corre o risco de ser desfeito em apenas quatro anos de Passos Coelho.’

Manuel Esteves

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