Quando MFL entrar nos locais dos comícios, será recebida ao som do “Yesterday”, enquanto imagens da sua juventude na companhia de Cavaco serão exibidas no ecrã.
Quando MFL falar na necessidade de reformas na educação, os presentes não deixarão de recordar o respeito que ela teve pelos professores e pelas escolas e a forma como bloqueou as escolas de formação profissional. Não faltará, também, quem recorde aquele momento glorioso em que meia dúzia de jovens baixou as calças e mostrou os rabos à então ministra da educação, MFL, como reconhecimento pelo grande trabalho que desenvolveu.
Quando falar de políticas de juventude, muitos jovens serão tentados a sacar dos recibos verdes para agradecerem a MFL. A geração dos recibos verdes estar-lhe-á eternamente reconhecida pela criatividade. Nada melhor para um jovem do que não ter direitos. Nem sequer a estar doente, porque nem recebia apoio do Estado, nem o seu salário.
Quando MFL falar da necessidade de apoiar as “piquenas” e médias empresas, milhares de pequenos empresários que viram as suas empresas falir, com a criação do Pagamento Especial por Conta e o aumento da taxa do IVA de 17 para 19%, sonharão com o seu renascimento das cinzas e lembrarão com saudade o tempo em que eram empresários e não recorriam ao subsídio de desemprego.
Quando a líder dos laranjinhas, empolgada, falar no combate ao défice, todos recordarão a forma empenhada como o combateu quando foi ministra das finanças de Durão Barroso. As restrições que aplicou aos portugueses tiveram tanto sucesso que o défice, em tempo de vacas gordas, atingiu quase 7 por cento!
Quando MFL falar da injustiça de que têm sido alvos os funcionários públicos, muitos recordarão com saudade os tempos em que ela congelou os seus salários.
Finalmente, quando MFL aludir à necessidade de devolver credibilidade e transparência à política, todos responderão “Amen” diante de uma fotografia do Preto.