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Quarta-feira, Setembro 30, 2009

para finalizar o triste comunicado presidencial

por Pedro Sousa em 30 de Setembro de 2009

em País

Destaco esta frase: “E, pessoalmente, confesso que não consigo ver bem onde está o crime de um cidadão, mesmo que seja membro do staff da casa civil do Presidente, ter sentimentos de desconfiança ou de outra natureza em relação a atitudes de outras pessoas.”.

Vamos pôr esta frase um pouco mais clara e rigorosa: “E, pessoalmente, confesso que não consigo ver bem onde está o crime de um assessor do Presidente da República desconfiar, sem nenhuma prova, que o primeiro-ministro anda a vigiar o chefe de Estado e decidir contar isso a um jornalista para ele publicar, entregando-lhe até alguma documentação”

Assim, sem eufemismos como “um cidadão, mesmo que seja membro do staff da casa civil do Presidente”, “sentimentos de desconfiança ou de outra natureza” ou “outras pessoas” será que o Presidente conseguirá perceber onde está o problema? Não? Então, por favor, deixem de lhe passar informações de Estado. Este homem não é de confiança

daqui http://arrastao.org/

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O DISCURSO DO PRESIDENTE

por Pedro Sousa em 30 de Setembro de 2009

em País

Estou ainda espantado com o discurso do Presidente da Repúbica… uma mão cheia de nada e que pouco contribuiu para aquele que é o seu principal papel de acordo com a Constituição: “O Presidente da República representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas e é, por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas.”. O discurso que ouvimos encaixa onde?

Não é no garantir do regular funcionamento das instituições nem na unidade do Estado. É em quê?

É normal, obviamente, que a questão das escutas incomode o Presidente da República. Mas se este decide fazer uma comunicação ao país – algo considerado solene – convém que seja algo acertivo, que esclareça e tenha consequências.  Não há memória de um discurso tão pobre de um Presidente da República.

Como disse Carlos Abreu Amorim “”Julgava que Cavaco Silva iria evitar mais ruído escusado – infelizmente enganei-me”.

Pessoalmente eu destacava 3 passagens:

1 – A anedótica: ““será possível alguém do exterior entrar no meu computador e conhecer os meus e-mails?” – bem, solicitei ao meu sobrinho de 14 anos que respondesse ao Presidente e ele disse-me que sim, caso o sistema não esteja bem “fechado”. Até o site do FBI já foi atacado. Portanto, o Prof. Cavaco não vive neste mundo ou não lê jornais (vício que lhe vem de há muito).

2 – A que é o contrário uma da outra: diz Cavaco Silva “O Presidente da República não cede a pressões nem se deixa condicionar [...]” para depois acrescentar ” [...] compreendam que fui forçado a fazer algo que não costumo fazer[...]”

3 – A que define cidadãos de primeira e de segunda: Considerou grave que “[...] destacadas personalidades do partido do Governo [...] “ pedissem um esclarecimento ao Presidente, mas considera que não consegue ver bem ”[...] onde está o crime de um cidadão, mesmo que seja membro do staff da casa civil do Presidente, ter sentimentos de desconfiança ou de outra natureza em relação a atitudes de outras pessoas“.

Se muitos consideravam que Cavaco Silva não tinha o postura de estadista necessária ao cargo de Presidente (já tinhamos tido o caso de se deixar humilhar na Madeira e de não ter assumido consequências do seu acto aquando da comunicação sobre o estatuto dos Açores) esta comunicação é o prego final e demonstrativo de que Cavaco Silva é um tecnocrata que gosta de se envolver na política partidária.

Como disse Manuel Serrão no Jornal de Notícias ” [...] passaremos a falar de presidenciais e ou me engano muito, ou vamos ter pela primeira vez na história da democracia portuguesa um presidente que pôs em causa a sua reeleição. Por causa de uma mulher? Não. Por causa do seu mau feitio

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ENTÃO AFINAL COMO É QUE É?

por Pedro Sousa em 30 de Setembro de 2009

em País

Durante o mandato do PS no governo que agora finda, era comum ver a oposição acusar José Sócrates de arrogância, de não ouvir ninguém nem querer incorporar as ideias de nenhum outro partido.

Agora, nos últimos debates e comunicações de líderes partidários, todos dizem que irão cumprir o seu compromisso com os eleitores e que o PS terá de rever as suas posições. PCP, BE, PSD e CSD já anunciaram que recusam ceder no que quer que seja que vá contra o programa que apresentaram às legislativas.

Então e isso chama-se, agora, o quê? Humildade democrática?

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UM GRANDE OBRIGADO AOS 4000

por Pedro Sousa em 30 de Setembro de 2009

em Arouca,Com a devida vénia,Estado de Espírito

Bem, a vaidade continua… obrigado a todos os que permitiram que no último mês, o PontoPorPonto atingisse – por pouco – as 4000 visitas.

Imagem_4000

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