A crise anda a afectar-me. Tento todos os dias não me sentir perseguido, não cair no desânimo, não me deixar ir abaixo.
No entanto, todos os dias, quando deito os meus filhos, olho para eles e pergunto para dentro “O que seria de nós se eu perdesse o emprego?”. A resposta a esta pergunta, que está fixada no meu inconsciente, mas que sopra de quando em vez ao meu ouvido, não é nada agradável e é fermento para o eventual desânimo.
Tento imaginar o que sentem os milhares de pais que têm perdido o emprego e que todos os dias, quando olham para os seus filhos, temem pelo seu futuro. Ou pior ainda, temem pelo seu presente. A resistência tem de ser do tamanho do mundo. A crença tem de ser inabalável. Se assim não for, não sei como aguentam.
A mim, só a ideia de que isso possa acontecer, aterroriza-me. Assusta-me. Amedronta-me.
Isso dá-me ainda mais força para, todos os dias, às 7.20h acordar com vontade de trabalhar mais e melhor e contribuir para a solidificação e crescimento da empresa onde trabalho. Se não começar por mim, por onde irá começar?
Tenho vergonha de ser quem sou. Tenho vergonha de ser velho.
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