Do arquivo mensal:

Novembro 2008

137 MENINAS DEVEM SER VACINADAS EM AROUCA

por Pedro Sousa em 27 de Novembro de 2008

em Arouca,País

Está em marcha a vacinação de meninas nascidas no ano de 1995, actualmente com 13 anos de idade. A campanha de vacinação contra o cancro do colo do útero arrancou no passado dia 27 de Outubro, em todo o país. Arouca não foi excepção.

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A avaliação que Mário Nogueira quer

por Pedro Sousa em 27 de Novembro de 2008

em País

Quem tiver estado atento a Mário Nogueira nos últimos tempos (por exemplo, na entrevista recente de Constança Cunha e Sá), ouviu-o certamente garantir que a Fenprof tem apresentado vários projectos de avaliação dos professores. Afinal, só existe um projecto, reproduzido em dois desdobráveis.

O mesmo Mário Nogueira prometeu há dias que iria reformular o projecto (o dos desdobráveis), apresentando uma alternativa ao modelo simplificado aprovado em Conselho de Ministros. Afinal, também não o fará:

Admitindo que esta é a última palavra da Fenprof sobre a avaliação, vale a pena conhecer a forma como Mário Nogueira quer que os professores sejam avaliados.

A avaliação constaria de quatro passos:

    1º passoauto-avaliação, também designada por “auto-análise”, “deverá (…) partir do próprio avaliado” e culmina numa proposta de classificação feita pelo próprio;
    2º passoco-avaliação, em que todos os professores são simultaneamente avaliadores e avaliados, fórmula que “resolve o problema do reconhecimento da autoridade do avaliador uma vez que há a co-responsabilização de todos os pares”;
    3º passoaferição processual da avaliação de desempenho, em que são aprovadas as propostas de classificação elaboradas pelos avaliados;
    4º passoavaliação externa da escola, “dirigida à escola e não ao professor (…), em ordem a promover a sua qualidade.”

Se o leitor quiser aferir a consistência da proposta da Fenprof, o melhor é mesmo lê-la. Para ser franco, duvido que tenha sido elaborada por professores, atendendo aos momentos quase hilariantes que a sua leitura proporciona. Para estimular a curiosidade do leitor, eis o primeiro parágrafo da proposta:

    “O saber profissional constrói-se dentro das regras e dos conhecimentos que os próprios profissionais geram ou dominam. Deste modo, é inviável avaliar contra os docentes, é inviável avaliar desvirtuando o princípio primeiro da qualidade educativa em nome de interesses sociais ou políticos externos à educação. A avaliação do desempenho docente só será credível e reconhecida se orientada para a melhoria efectiva do desempenho, se tiver no seu horizonte o desenvolvimento e o progresso das instituições e das nações e, nesse sentido, ela terá de ser intrínseca aos professores e educadores, participada e co-construída pelos próprios.”

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EM VEZ DE APRENDER, OS PROFS RECRIMINAM…

por Pedro Sousa em 26 de Novembro de 2008

em País

Escola da Póvoa de Varzim olhada como a “fura-greves”

 

Na Escola EB 2,3 de Beiriz, na Póvoa de Varzim, o processo de avaliação decorre com normalidade e dentro dos prazos.

Não há manifestações de professores, nem protestos de pais. Aos alunos, o caso quase passa ao lado. Mas aqui ser “diferente” dá direito ao olhar “reprovador” dos vizinhos e, por isso, a escola prefere agora o silêncio.

“Se uma consegue, por que é que as outras não conseguem?”, questiona o presidente da Associação de Pais do Agrupamento Campo Aberto, que abrange oito escolas, do Pré-escolar ao 3.º Ciclo, num total de 1280 alunos.

Mário Ferreira não tem dúvidas de que o “segredo” assenta numa “óptima relação entre pais, Conselho Executivo e corpo docente”. Cooperação, diálogo e trabalho, “sempre a pensar nos alunos”, são palavras de ordem. “Trabalhámos juntos na procura de soluções que tornassem o processo mais funcional”, afirma.

A escola, lembra Mário Ferreira, é “reconhecida”: tem uma “orgulhosa” taxa de abandono escolar de 0,1% e uma “baixíssima” taxa de insucesso, assentes, em grande medida, na diversidade de oferta educativa e em vários programas destinados, em cada nível de ensino, a “adaptar” a escola às necessidades de cada um. Os exemplos servem para explicar que é a trabalhar “muito”, “em silêncio” e “nos órgãos próprios” que a escola responde aos problemas. A avaliação de professores não foi excepção. “Os conselhos executivos têm de encontrar formas de tornar o processo menos burocrático. Às vezes, não se procura encontrar uma solução”, diz Mário Ferreira.

O presidente da Associação de Pais admite que o modelo “tem coisas que podiam ser melhoradas”, mas “meter a cabeça na areia não resolve”. Com auto-avaliação de docentes há vários anos e avaliação externa, a definição de objectivos individuais já é prática corrente na escola e a observação das aulas não é problema.

A escola tem 115 professores, 24 dos quais titulares. Destes, dez são avaliadores. Contas feitas, haverá um máximo de nove “Excelente” e 23 “Muito Bom”.

Beiriz até podia ser um exemplo a seguir, mas o facto é que o “diferente” trouxe a escola para a praça pública e, agora, são os “vizinhos” de outras escolas que a olham como a “fura-greve”. Por isso, o Conselho Executivo da escola prefere o silêncio, como forma de “proteger” o seu corpo docente.

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Quando uma escola é exemplar no funcionamento e tem de esconder esse facto com medo de represálias dos seus pares, percebemos a pressão dos Sindicatos e a sua própria agenda.

Numa situação normal, Mário Nogueira e o resto da banda, devia procurar aprender, saber como conseguem, como se organizam… mas isso era uma GRANDE chatice!!

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O QUE EU GOSTAVA DE TER ESCRITO XXIII

por Pedro Sousa em 26 de Novembro de 2008

em Com a devida vénia

Por aquilo que se vai vendo e ouvindo temos de concluir que todos os professores eram exemplares, que quando não havia a burocracia da avaliação todos tinham tempo para preparar bem as aulas, o absentismo era quase nulo, as escolas eram geridas exemplarmente. A “escola pública” era um modelo de virtudes que a Lurdes veio estragar. A progressão nas carreiras era mais estimulante quando era automática, a avaliação era bem feita quando não existia, as aulas de substituição não eram necessárias porque ninguém faltava, a “escola pública” era um modelo para o mundo.

Apetece-me perguntar onde estão (ou estavam) os defensores da “escola pública”:

Quando professores do ensino público vão a correr para casa ganhar pequenas fortunas (livres de impostos) em explicações dadas aos mesmos alunos que são mal sucedidos na mesma “escola pública” onde os seus “explicadores” dão aulas?

Quando em muitas escolas é necessário meter cunhas para que os filhos não vão parar a turmas de repetentes.

Quando muitos professores só vão ler o nome dos seus alunos no dia da “apresentação” sem que antes, apesar dos meses de férias se tenham interessado pelo currículo escolar desses alunos.

Quando se organizam turmas a pensar nos horários dos amigos dos conselhos directivos que ficam as melhores horas e os melhores alunos, deixando as turmas dos “repetentes” a professores menos experientes que caíram de pára-quedas.

Quando se faltavam semanas usando a lei que permitia entregar o atestado até vários dias depois da primeira falta para que esse atestado nunca chegasse a ser verificado por um médico.
Quando os artigos 4.º (os tais que foram introduzidos em Portugal para permitir às mulheres faltar nos dias mais complicados do período menstrual).

Quando professores com o 7.º ano antigo receberam um curso de faz de conta para serem equiparados aos professores licenciados e atingirem rapidamente o topo da carreira, algo que para muitos funcionários públicos exige concursos com prestação de provas e nem sempre há vagas.

Quando se instalou na sociedade portuguesa a ideia de que a vantagem de ser professor era permitir cuidar melhor dos filhos ou ter uma segunda actividade, explicações, pequenos comércios, empresas de contabilidades, etc., etc..

Onde estavam os defensores da escola pública quando, durante décadas, a qualidade do nosso ensino era inaceitavelmente baixo?

Não tenho a mais pequena dúvida de que os professores não são nem melhores, nem piores do que os outros grupos profissionais, que há uma maioria de bons profissionais, só não entendo porque razão as escolas deverão ser um mundo à parte, gerido por e em função dos interesses privados de um grupo profissional que, recebendo ordenados pagos pelos contribuintes, acha que nenhum governo pode adoptar medidas que os prejudiquem nos seus interesses privados.

É evidente que os professores não são contra as aulas de substituição ainda que nunca as tenham proposto, são defensores da avaliação ainda que nunca a tenham defendido, agora que foi proposta uma mudança na escola os defensores da “escola pública”, com Mário Nogueira à frente têm soluções para todos os males.

Os defensores da “escola pública” até poderão levar avante a sua chantagem sobre a democracia, impondo a “maioria absoluta” das ruas, mas dificilmente poderão recuperar a credibilidade perdida quando alguns dos seus não hesitaram em aplaudir e elogiar os pirralhos que alguém mandou atirar ovos e tomates aos que são detestados pelos defensores da “escola pública”, ou quando outros que educam os portugueses se referem a governantes por “gajos” e “gajas”.

Talvez seja tempo de dizer a Mário Nogueira e outros auto-intitulados defensores da “escola pública” que a defesa da escola pública cabe a todos os portugueses, aos pais, aos alunos e aos professores, e até aos que não pertencendo a este grupo têm este direito e dever de cidadania. É preciso dizer a estes defensores profissionais da “escola pública” que a defesa desta começa pela sua qualidade e não pelo bem-estar de um grupo profissional.

A defesa de uma escola pública é de todos os cidadãos, até dos muitos que optam por pagar fortunas para colocar os filhos em escolas privadas, assegurando-lhes um ensino com a qualidade que estes defensores oportunistas da “escola pública” nunca defenderam.

Todos os professores estão de acordo com a manutenção da “escola pública” tal como estava? É uma opção deles, mas essa unanimidade não os torna accionistas maioritários da escola pública por isso mesmo, porque a escola é pública e em democracia a coisa pública é gerida pelo Estado, pelo menos enquanto não regressarmos ao corporativismo.

Muitos professores votaram PS e estão desiludidos porque o governo não os tratou como cidadãos de primeira, reservando as medidas difíceis para quem votou nos outros partidos? Então façam como os portugueses que estão descontentes, nas próximas eleições votem no Paulo Portas, na Ferreira Leite, no Louça ou no Jerónimo de Sousa, dêem a maioria absoluta ao partido do Mário Nogueira, vão então ver qual é a maioria que conta, se a dos eleitores ou a do CC do partido, estou certo de que o Jerónimo de Sousa não só voltará a pôr tudo como estava como, ainda por cima, lhes vai instalar uma colónia balnear na praia da Messejana.

daqui: http://www.jumento.blogspot.com/

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PODE-SE MENTIR E CONTINUAR CONSELHEIRO DE ESTADO?

por Pedro Sousa em 26 de Novembro de 2008

em País

Pode um Conselheiro de Estado dizer isto a 03 de Novembro

“Não sei de nada sobre a nacionalização do Banco Português de Negócios, nem nunca tive conhecimento de problemas relacionados com o BPN”

e depois dizer isto a 22 de Novembro

Dias Loureiro assegurou, esta sexta-feira à noite, que, em 2002, teve uma reunião com o vice-governador do Banco de Portugal (BdP) na altura, António Marta, onde alertou o supervisor para a necessidade de ter especial atenção para com o BPN

ENTÃO ONDE ANDA A VERGONHA NA CARA?

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Lendo por aí…

por Pedro Sousa em 25 de Novembro de 2008

em Estado de Espírito

Democracy is a device that ensures we shall be governed no better than we deserve.

George Bernard Shaw

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MFL: a democracia segue dentro de momentos

por Pedro Sousa em 24 de Novembro de 2008

em País

 

 

 

daqui: http://pedrocavaco.adamastor.org/

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O site da FENPROF

por Pedro Sousa em 24 de Novembro de 2008

em País

Uma visita ao site da FENPROF dá-nos boas ideias sobre o quão interessada estão esta associação em resolver o que quer que seja, ou ser construtiva no que quer que seja. Escolhi alguns títulos e alguns parágrafos:

1

Convirá agora esclarecer que, se os responsáveis do ME pensam que o anúncio da abertura deste concurso irá serenar os muitos milhares de docentes que hoje se encontram impedidos de progredir na carreira, aqueles cujas expectativas de desenvolvimento na carreira se frustraram ou os que vêem concentrados em si todos os cargos e funções a assumir na escola… se pensa que, com este anúncio, poderá atenuar o ambiente de descontentamento e protesto que se vive nas escolas, fruto, também, da divisão dos professores em categorias, estão bem enganados.

2

Código do Trabalho: “Tudo está montado há muito tempo…”

3

Avaliação ainda não foi suspensa O Ministério da Educação divulgou uma nota à comunicação social em que desmente o teor de mensagens que afirmam que a avaliação teria sido suspensa. Segundo umas, por iniciativa do ME, para outras tratar-se-ia de deferimento de providência cautelar pelo tribunal do Porto. (…) Portanto, não estando suspensa a avaliação, compete aos professores e educadores, nas suas escolas, tomar essa iniciativa

4

Mais uma frente de batalha contra os docentes: em causa o projecto de alteração aos concursos

5

A avaliação do desempenho docente só será credível e reconhecida se orientada para a melhoria efectiva do desempenho, (…) terá de ser intrínseca aos professores e educadores, participada e co-construída pelos próprios. (…) Todos os critérios e vectores de avaliação têm de ser controlados pelo avaliado.

6

Greve Nacional dos Educadores e Professores para encerrar todas as escolas no dia 19 de Janeiro

7

Em conferência de imprensa realizada no passado dia 14 de Novembro, em Lisboa, a FENPROF reforçou o apelo da Plataforma Sindical dos Professores, que consta da Resolução da Manifestação de 8 de Novembro: que cada escola decida a suspensão da avaliação de desempenho, assumindo uma responsabilidade que, perante a arrogância e a teimosia do Governo e da actual equipa do Ministério da Educação, é forçoso tomar.

8

Professores rejeitam proposta de criação de “comissão de sábios” para a avaliação

9

Atenção! Não registe os seus objectivos individuais on line

10

“O ponto de partida e o pressuposto base, do qual os professores não abdicam, é este: suspenda-se este modelo.

11

“Entre a suspensão e aplicação do actual modelo de avaliação, não há entendimentos nem soluções intermédias”

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E ainda falem do Governo como inflexivel, sem vontade de negociar ou ditador… BOLAS!!

 
 

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VARIAÇÕES SOBRE A GUERRA DA AVALIAÇÃO

por Pedro Sousa em 24 de Novembro de 2008

em País

«A guerra aberta entre os professores e a ministra da Educação é um manancial de perplexidades e incómodos. Registo alguns dos que me tocam.

1. É normal a ministra da Educação receber o líder da Fenprof, Mário Nogueira, depois de este afirmar que sairia da reunião caso a ministra, nos primeiros cinco minutos de conversa, não dissesse o que ele queria ouvir? Uma ministra, que representa o Estado, deve negociar nestas condições?

2. É normal um Governo desencadear um processo de avaliação sem, pelo menos, acautelar que um número significativo de visados compreende e aceita o modelo proposto?

3. É normal as escolas decidirem e, efectivamente, suspenderem um processo ao qual estão obrigados por lei e pela dependência orgânica do Ministério da Educação?

4. É normal existirem professores que, dentro do espaço da escola, façam autênticos comícios junto dos alunos contra a ministra e o Governo? E é normal que esses e outros professores incentivem alunos a ir a manifestações de rua contra a ministra?

5. É normal que um processo de avaliação seja tão odiado que leve 120 mil professores para a rua? Ou tudo isto não passa de uma explosão dos professores que ainda tem em vista o Estatuto da Carreira Docente que os obriga a muito mais permanência nas escolas, a mais trabalho e a mais dedicação?

6. É normal o Ministério da Educação apresentar um modelo de avaliação tão complexo que, passados uns tempos, necessita (segundo afirma a própria ministra) de um ‘simplex’?

7. É normal os professores verem-se envolvidos numa clara e evidente disputa pela liderança da CGTP, pelo facto de o líder da Fenprof ser o nome que o PCP gostaria de ver à frente da central, para substituir o ‘moderado’ Carvalho da Silva?

8. É normal que o próprio conceito de avaliação tenha de ser discutido pela ministra como se de uma questão política se tratasse, e, ao invés disto, nunca se ver uma discussão séria sobre a qualidade do ensino o qual, de acordo com os indicadores internacionais, é lamentável?

9. É normal nunca termos visto uma classe tão mobilizada como os professores protestar contra a degradação do ensino ou qualquer outro aspecto directamente relacionado com a Educação, mas apenas com as suas próprias condições e retribuições?

10. É normal um Conselho de Ministros discutir como se devem avaliar professores?

Estas 10 perguntas simples têm, a meu ver, todas a mesma resposta: não, não é normal.»

Henrique Monteiro – Jornal Expresso

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O UMBIGO DE BELÉM

por Pedro Sousa em 24 de Novembro de 2008

em País

Como se esperava, Cavaco Silva não tem nada a dizer sobre o que se está a passar em relação ao BPN, incluindo as histórias com membros do Conselho de Estado por si nomeados. Não quer falar, mas falou. Apenas para se defender. Como fez com os Açores, para garantir os seus pequenos poderes, e não fez na Madeira, onde a democracia foi posta em causa. Para Cavaco, Portugal começa e acaba em Cavaco. E a função do Presidente é defender o seu nome (mesmo quando ele não esteve em causa) e os seus poderes. Já o bom nome da democracia, que a presença de Dias Loureiro no Conselho de Estado põe em causa, não lhe interessa grande coisa.

via http://arrastao.org/

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