Do arquivo mensal:

Setembro 2010

A RETENÇÃO NA ESCOLA

por Pedro Sousa em 30 de Setembro de 2010

em País

Há poucos meses aqueles que gostam dos tabus na educação, ficaram chocados com a ideia da mera discussão da forma de diminuir a retenção na escola em Portugal. Nem sequer admitir a ideia de debater o tema. Agora a OCDE vem dizer o que se pode ler em baixo. Os criticos dessas palavras da ministra que pensarão agora? O pessoal da OCDE é louco?

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) alerta que Portugal deve reduzir as elevadas taxas de retenção de estudantes no seu sistema de ensino, assim como reforçar os mecanismos que apoiam os alunos que têm maior risco de abandonar mais cedo os estudos, não cumprindo o ensino obrigatório.

Em causa estão taxas de retenção de 20,1% dos alunos nacionais no secundário ou de 15% dos estudantes no 3.º Ciclo.

Apesar de alguns elogios ao que tem estado a ser feito pelo Governo português, a organização aconselha que a educação tem de permanecer no topo das prioridades nas medidas políticas dos governantes, para que, dessa forma, se possa continuar a impulsionar a produtividade nacional.

Um dos pontos positivos referidos no relatório da OCDE são as reformas no sistema de educação, especialmente no que diz respeito ao aumento da escolaridade obrigatória do 9.º para o 12.º ano. Porém, o grande problema mantém–se: as taxas de repetência continuam a ser das mais altas dos países europeus que pertencem à OCDE, situação que preocupa os responsáveis desta organização.

O problema dos “chumbos” nas escolas é um dos que está a merecer forte atenção dos responsáveis, com o Ministério da Educação a ter traçado recentemente novas metas para o ensino no País. Até 2015, o objectivo é diminuir as retenções de ano, de 20,1% para 12% no secundário, de 3,7% para 2% no 1.º ciclo, de 8,1% para 5% no 2.º, e de 14,9% para 10% no 3.º.

Com a OCDE a alertar para o abandono escolar em Portugal, também o Programa Educação 2015 pretende que até esse ano a taxa de alunos de 16 anos baixe de 13,8% para 4%.

A OCDE destaca ainda no relatório que as despesas por estudante estão igualmente abaixo da média. “Os benefícios económicos da educação são grandes”, pode-se ler no documento. A OCDE diz, também, que há necessidade de adequar o programa Novas Oportunidades às necessidades do actual mercado de trabalho.

No jornal DN

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A PROPOSTA QUE AFINAL NÃO O ERA

por Pedro Sousa em 29 de Setembro de 2010

em Arouca

O PSD de Arouca andou a distribuir pela imprensa uma proposta para reduzir o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para edifícios com certificação enegética.

Proposta que, na última Assembleia, deixou de ser proposta e passou a ser recomendação.

Ora, diz o bom senso (pelo menos na minha opinião) que tais propostas/medidas deverão ser alvo de algum estudo cuidado antes de serem apresentadas e publicitadas de forma tão ostensiva.

Vejamos o que aconteceu:

a) A proposta (entretanto passada a recomendação) pareceu tratar-se apenas de uma proposta demagógica, pois remetia para uma quebra de receita da Câmara Municipal sem qualquer indicação de quanto isso significaria. Essa redução de IMI significaria uma perda de quanto? 5.000€? 25.000€? 100.ooo€? 300.000€? Como se pode pedir a alguém que aprove ou concorde com algo deste género sem medir o seu impacto? Ainda se admitia se fosse algo que aumentasse a receita. Agora reduzir…

b) Pior do que isso, de acordo com as pessoas que o grupo do PS contactou, a proposta/recomendação não era possível, pois a lei não o prevê. De acordo com o artigo do Código do IMI que o próprio PSD refere, as reduções de taxas apenas podem ser aplicadas a prédios classificados como de interesse público (que não é o caso), de valor municipal (que não é o caso) ou património cultural (que também não é o caso). Uma recomendação para fazer algo ilegal?

Tendo em consideração ambas as coisas é lícito considerar que tal proposta/recomendação não passou de um facto demagógico… mas entretanto a notícia de menos IMI proposta pela PSD vai andando por aí…

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Eurostat (dados de 2008):
Portugal tem dos melhores rácios professor por aluno de toda a União Europeia. O Eurostat não apresenta valores médios europeus, mas podemos ver a localização de Portugal no ranking.No primeiro e segundo ciclo do básico há apenas 6 países com melhores rácios, e há apenas 3 com turmas mais pequenas que Portugal.
No terceiro ciclo há apenas dois países com melhores rácios.No ensino secundário não um único país (mesmo contando com Islândia, Noruega, EUA, Japão, etc.) que esteja melhor que Portugal, em termos de professores por aluno.

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Pergunta…

por Pedro Sousa em 24 de Setembro de 2010

em Arouca

O PSD Arouca solicitou a leitura de uma carta na última Assembleia Municipal. Apesar de receber com agrado o seu conteúdo, pergunto: não confia o PSD Arouca no seu grupo municipal para transmitir as intenções do partido?

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“Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, por cada vilão há um herói, que por cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que por cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros do céu, as flores do campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos. Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir a todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando esta triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram. Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.
Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou a pedir muito, mas veja que pode fazer, caro professor.”

Abraham Lincoln, 1830

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E ESTA, EIN?

por Pedro Sousa em 7 de Setembro de 2010

em País

Obama propõe grande plano de infraestruturas para conter desemprego

Obama anunciará, segundo a Bloomberg, um plano de construção de infraestruturas para impulsionar a recuperação da economia americana a orçar os 50 mil milhões de dólares (cerca de 38,7 mil milhões de euros).

O plano centrar-se-á no melhoramento de infra-estruturas de transportes existentes, como a renovação de estradas e aeroportos, investimento em sistemas de controlo aéreo, e na construção de raiz de outras valências, como o investimento em auto-estradas e no comboio de alta velocidade

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O crescimento a qualquer custo

por Pedro Sousa em 4 de Setembro de 2010

em País

É fácil conseguir o crescimento económico, basta juntar as receitas de Medina Carreira, as proposta que Ângelo Correia explicou a Pedro Passos Coelho, promover o despedimento de 150.000 funcionários em tempos proposto por Miguel Cadilhe, adoptar o projecto de revisão constitucional desenhado por Paulo Teixeira Pinto e seguir as brilhantes sugestões avulsas do bem sucedido Carrapatoso.

Outra solução seria o Estado empregar todos os desempregados dando prioridade aos professores, aumentar os funcionários tal como propõe Carvalho da Silva e multiplicar os apoios sociais seguindo as propostas do PCP e do BE.

Não pretendo com o sarcasmo dar razão a uma outra solução sarcástica feira por Manuela Ferreira Leite, a de que a melhor forma de fazer as reformas seria suspender a democracia durante uns tempos o que, aliás não é nada de novo, a democracia já esteve suspensa durante quarenta e oito anos e no pós-25 de Abril ocorrerem também algumas suspensões temporárias.

Só que Manuela Ferreira Leite brincou com as dificuldades de implementar determinadas reformas no contexto de uma democracia, muito dos nossos liberais feitos em MBA apressados parece terem perdido a lucidez ao ponto de num momento de desorientação do PSD levarem este partido a embarcar num delírio quase colectivo. Em vez de propor a suspensão da democracia adoptaram um projecto de revisão constitucional esquecendo que Portugal tem mais de dez milhões de portugueses enquanto que o Tribunal Constitucional apenas tem uns quantos juízes.

evidente que Portugal precisa desesperadamente de crescimento económico, mas é importante não perder a lucidez ao ponto de esquecer que o crescimento económico só faz sentido se for conseguido com produção de riqueza e garantindo que esta riqueza é repartida por todos os portugueses, não podendo ser medida apenas pelo PSI20.

De nada serve ao país a que os Mellos criem mais riqueza investindo na saúde privada se isso apenas é conseguido à custa da transferência dos sectores mais lucrativos do SNS. Aliás, esta proposta aparentemente liberal em nada difere dos que acham que criam riqueza promovendo o emprego público, os pressupostos económicos são exactamente os mesmos.

De pouco serve aos portugueses que estão desempregados se conseguirem emprego à custa dos que estavam empregados e foram despedidos para que os primeiros sejam contratados com salários mais baixos. Ou que o aumento das exportações seja conseguido à custa da suspensão da modernização do país passando a “gastar” na promoção de exportações à custa da desvalorização do trabalho dos portugueses aquilo que se investia na modernização das infra-estruturas.

Não há grande diferença entre as propostas dos liberais e as da extrema esquerda. Uns querem que a riqueza seja investida em impostos no pressuposto de que estes serão reinvestidos com melhores resultados do que os conseguidos pelo sector privado. Os outros querem que deixem de ser cobrados impostos para que seja possível vender mais ao estrangeiro à custa dos saldos da mão-de-obra portuguesa.

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Os sectores da economia onde a crise já não mora

por Pedro Sousa em 3 de Setembro de 2010

em País

Apesar de muitos outros indicadores mostrarem que a economia portuguesa ainda está longe de estar em forma, a verdade é que nos primeiros meses do ano foram vários os sectores que já registaram crescimento e que sustentam a visão optimista do Executivo socialista.

O crescimento das exportações, que aumentaram 15,08% no primeiro semestre, é um dos indicadores utilizados pelos membros do Governo para garantir aos portugueses que, ao contrário do que tem sido afirmado pela oposição, a economia nacional não está estagnada. Segundo o INE, só entre os meses de Março e Maio, Portugal exportou bens no valor de 9,2 mil milhões de euros, um valor que representa um aumento de 18,4% face aos dados do mesmo período de 200

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O MENINO QUE CONSERTOU O MUNDO

por Pedro Sousa em 3 de Setembro de 2010

em Com a devida vénia,Estado de Espírito

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CAIXA DE CRÉDITO AGRICOLA AROUCA

por Pedro Sousa em 2 de Setembro de 2010

em Arouca

Vem ao caso esta instituição apenas devido a uma pequena conversa que tive a oportunidade de escutar e que é preocupante.

A ser verdade o que ouvi, a CCA de Arouca será vitima, tal como muitos outros serviços, de alguma centralização nas decisões que passarão a depender muito mais dos serviços centrais do que das decisões do balcão.

A ser verdade (e, reitero, isto veio de conversa de café) isso pode significar um grande “rombo” para as asssociações em Arouca. É que é para todos visível o extraordinário apoio que esta instituição dá a uma miriade quase infinita de actividades em Arouca. Qualquer pequeno evento ou actividade tem apenso o simbolo da Caixa.

E isso deve-se, com toda a certeza, à sensibilidade de quem a dirige para com os problemas e necessidades de Arouca.

Tirar daqui alguma da autonomia de decisão, nos tempos de apertar cinto que vivemos, pode ser fatal para muitas actividades.

Mas, como é conversa de café, pode até ser que este post não faça sentido! Que assim seja…

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