Do arquivo mensal:

Julho 2007

O BAILE DA MADEIRA!

por Pedro Sousa em 29 de Julho de 2007

em País

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Não resisto a postar sobre o que se passa na Madeira, depois da presença de Marques Mendes da festa do Chão da Lagoa.

Marques Mendes só pode estar desesperado e andar atrás do 30% de militantes PSD da Madeira que têm as quotas em dia, e portanto, vão poder votar nas directas.  Mas, nem a vontade de manter a liderança do partido, devia levá-lo a descer tão baixo, ao acompanhar em público alguém que já insultou todos os habitantes do continente por diversas vezes e que, entre muitas pérolas, chamou filhos da **** aos jornalistas.  A não ser que o termo “filho da ****” tenha passado a ser corriqueiro, tantos foram os defensores do professor Charrua. Como sugeria um blog, o que diria o prof. Charrua se os alunos o passassem a tratar por filho da ****? Diria que é um direito que lhes assiste?

Mas, voltando à Madeira… a subserviência de Mendes perante tal personagem, demonstra bem a fraqueza da sua liderança. Ao lado de Alberto João ouviu este dizer que o primeiro-ministro “põe em causa a unidade nacional”, conseguindo não se rir, mas dando cobertura a esse devaneio.

Mendes foi dar cobertura a alguém que não quer aplicar as leis da República, provavelmente porque acha que esta foi feita por cubanos, e nada disse. Marques Mendes sugeriu a Sócrates que respeite a autonomia, mas nada disse a Alberto João quanto a respeitar o país e as suas instituições.

O blog o Jumento (sim, eu sei que o cito muitas vezes, mas é porque merece) resume (e eu resumo o resumo):

«A relação entre o líder do PSD e o líder do PSD-Madeira evidencia bem a cobardia política de Marques Mendes. O Alberto João pode dizer os disparates que entender, ofender quem quer, esticar a corda da chantagem independentista, denegrir as instituições da República, de Marques Mendes não se ouve a mais pequena reprovação, a regra é o silêncio cobarde. [...]

[...] Para Marques Mendes o interesse do país ou o respeito pela legalidades é bem menos importante que o apoio que o Alberto lhe dá para se manter na liderança do PSD. [...]

[...]Marques Mendes esqueceu que antes de o Alberto vir com a desculpa do dinheiro para não aplicar a lei do aborto já tinha dito que essa lei nunca seria aplicada na Madeira. Sabe que esse argumento só surgiu quando Cavaco teve a coragem de tomar posição, defendendo que a questão deveria ser resolvida nos tribunais.

Marques Mendes defende que sempre que surgir um novo tratamento, uma nova cirurgia ou um novo medicamento o governo regional se recuse a atender os doentes enquanto o Governo não lhe mandar mais dinheiro? [...]

[...]Não é apenas a Madeira que vai ter que afectar recursos financeiros, isso também sucederá no continente e nos Açores e não me recordo de ter visto Marques Mendes preocupado com isso. [...]

[...]Alguém que sujeita a sua posição política ao proxenetismo financeiro de Alberto João não tem condições para liderar um partido nacional e muito menos ser candidato a primeiro-ministro.[...]»

o artigo na totalidade em: http://jumento.blogspot.com/2007/07/marques-mendes-no-os-tem.html#links

É esta a oposição no meu país? Cada vez mais desejo vida longa a José Sócrates.

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AFINAL NÃO É SÓ AUTORITARISMO

por Pedro Sousa em 27 de Julho de 2007

em País

Na cruzada da imprensa a tentar ajudar a oposição a propagar a ideia do autoritarismo, esqueceram-se de enfatizar – da mesma forma -  a importante alteração ao regime da Assembleia da República e que vai trazer mais importancia aos partidos que não estão no poder.

Da autoria do deputado do PS, António José Seguro, no novo regime destaca-se:

a) um deputado da Assembleia da República passa a ter o direito de ver os seus projectos de lei debatidos e votados, o que não acontece agora;

b) os requerimentos dos deputados dirigidos ao Governo passam a ser respondidos obrigatoriamente ao fim de 30 dias

c) A partir de Setembro, os ministros passam a ir quatro vezes por sessão ao Parlamento, não sendo necessário, para tal, a concordância da maioria

d) passarão, a partir de Setembro, a ser colocados “on-line”, na Internet, os interesses financeiros de cada um dos deputados

e) Todos os grupos parlamentares da oposição passam a dispor de 13 agendamentos potestativos por sessão legislativa para chamar os ministros ao Parlamento.

f) A duplicação dos debates com o primeiro-ministro

Como bem destacou José Sócrates “nunca antes tinha acontecido na democracia portuguesa que um partido com maioria absoluta aprovasse uma reforma do Parlamento que dará mais condições à oposição”

Uma verdadeira deriva autoritária ocorre na Madeira, onde à oposição é quase vedada a possibilidade de falar, onde um dirigente político olha para um território como a sua quinta, com um “olhar para o lado” cobarde do partido a que pertence.

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Manuel Alegre no Público

por Pedro Sousa em 25 de Julho de 2007

em Com a devida vénia

Um artigo interessantissimo, do qual tomei a liberdade de destacar algumas passagens:

«Nasci e cresci num Portugal onde vigorava o medo. Contra eles lutei a vida inteira. Não posso ficar calado perante alguns casos ultimamente vindos a público. Casos pontuais, dir-se-á. Mas que têm em comum a delação e a confusão entre lealdade e subserviência. Casos pontuais que, entretanto, começam a repetir-se. Não por acaso ou coincidência. Mas porque há um clima propício a comportamentos com raízes profundas na nossa história [...]

Não vivemos em ditadura, nem sequer é legítimo falar de deriva autoritária. As instituições democráticas funcionam. Então porquê a sensação de que nem sempre convém dizer o que se pensa? Porquê o medo? De quem e de quê? Talvez os fantasmas estejam na própria sociedade e sejam fruto da inexistência de uma cultura de liberdade individual.

Na campanha do penúltimo congresso socialista, em 2004, eu disse que havia medo. Medo de falar e de tomar livremente posição. Um medo resultante da dependência e de uma forma de vida partidária reduzida a seguir os vencedores [...] Medo de pensar pela própria cabeça, medo de discordar, medo de não ser completamente alinhado. No PS sempre houve sensibilidades, contestatários, críticos, pessoas que não tinham medo de dizer o que pensam e de ser contra quando entendiam que deviam ser contra. [...]

Estas questões, como muitas outras, são susceptíveis de ser discutidas e abordadas de diferentes pontos de vista. Não pretendo ser detentor da verdade. Mas penso que falta uma estratégia que dê um sentido de futuro e de esperança a medidas, algumas das quais tão polémicas, que estão a afectar tanta gente ao mesmo tempo. [...]

O que não merece palmas é um certo estilo parecido com o que o PS criticou noutras maiorias. Nem a capacidade de decisão erigida num fim em si mesma, quase como uma ideologia. A tradição governamentalista continua a imperar em Portugal. Quando um partido vai para o Governo, este passa a mandar no partido, que, pouco a pouco, deixa de ter e manifestar opiniões próprias. A crítica é olhada com suspeita, o seguidismo transformado em virtude.

Admito que a porta é estreita e que, nas circunstâncias actuais, as alternativas não são fáceis. Mas há uma questão em relação à qual o PS jamais poderá tergiversar: essa questão é a liberdade. E quem diz liberdade diz liberdades. Liberdade de informação, liberdade de expressão, liberdade de crítica, liberdade que, segundo um clássico, é sempre a liberdade de pensar de maneira diferente. Qualquer deriva nesta matéria seria para o PS um verdadeiro suicídio.  [...]

Sei, por experiência própria, que não é fácil mudar um partido por dentro. Mas também sei que, assim como, em certos momentos, como fez o PS no verão quente de 75, um partido pode mobilizar a opinião pública para combates decisivos, também pode suceder, em outras circunstâncias, como nas presidenciais de 2006 e, agora, em Lisboa, que os cidadãos, pela abstenção ou pelo voto, punam e corrijam os desvios e o afunilamento dos partidos políticos. Há mais vida para além das lógicas de aparelho. Se os principais partidos não vão ao encontro da vida, pode muito bem acontecer que a recomposição do sistema se faça pelo voto dos cidadãos. Tanto no sentido positivo como negativo, se tal ocorrer em torno de uma qualquer deriva populista. Há sempre esse risco. Os principais inimigos dos partidos políticos são aqueles que, dentro deles, promovem o seu fechamento e impedem a mudança e a abertura.

Por isso, como em tempo de outros temores escreveu Mário Cesariny: “Entre nós e as palavras, o nosso dever falar.” Agora e sempre contra o medo, pela liberdade.»

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Faz bem. Ele conhece como ninguém os dois lados da questão. Mas é preciso que seja para valer. Lembram-se de quando Portas, há uns anos, por causa da Moderna, colocou anúncios de página inteira a dar conta de que iria processar o Expresso, exigindo uma indemnização de um milhão de contos? O tempo foi passando… e hoje até escreve no jornal de Saraiva & Lima. A acção, essa, nunca deu entrada.

 http://corporacoes.blogspot.com/2007/07/paulo-portas-vai-processar-estado-por.html

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IDEIAS PARA SALVAR A SEGURANÇA SOCIAL E A NATALIDADE!!

por Pedro Sousa em 22 de Julho de 2007

em País

Tal como Newton teve uma excelente ideia quando levou com uma maça na tola, eu tive uma ideia genial enquanto deslizava uma fresquinha garganta abaixo a ver os corpos que se passeiam na praia.

Está visto que dois problemas que temos hoje na sociedade são (entre muitos) o envelhecimento da população e o desejo das pessoas se reformarem mais cedo.

Ora, a minha ideia é: a idade da reforma devia também estar indexada ao número de filhos!

Assim, a reforma manter-se-ìa aos 65 anos para quem não tivesse filhos ou só um filho. Mas quem tivesse 2, poderia reformar-se mais cedo, por exemplo aos 62. E quem tivesse 3 filhos podia reformar-se aos 59. Quem tivesse 4 ou mais filhos poderia reformar-se aos 55.

Isto resolveria dois problemas:

a) Incentiva a natalidade. Por exemplo, eu tenho dois filhos. Se estivesse a pensar se tinha ou não o terceiro, saber que me reformaria 6 anos mais cedo seria grande incentivo à natalidade. Não é com certeza com o abono de familia que me incentivam!

b) Garante que, quem se reforma mais cedo, tem quem o substitua nas contribuições, procurando assim que para cada saída, houvesse, pelo menos, uma entrada no sistema.

Existem muitas mais vantagens, mas estas parecem-me as mais evidentes. Aviso que já registei a patente da ideia.

Claro que agora falta a lenga-lenga legal e a regulamentação e a constitucionalidade, etc,etc, mas se alguém poder fazer chegar esta ideia ao Governo e ao Presidente da República, façam favor. Eu cobro barato para ser o presidente da comissão que vai elaborar esta nova reforma.

Agora paro por aqui, que vai ali um bikini de uma cor que me agrada sobremaneira!!! :D

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“A verdade é que o PSD falhou a sucessão de Cavaco e está sem destino na sociedade portuguesa. Infelizmente, a crise ideológica e programática, de que Marques Mendes foi o reflexo e não a causa, não se cura pela manobra e pela intriga. Nem pela intervenção de um homem providencial, como no mítico congresso da Figueira da Foz. Só se aprende com a experiência e o desespero; e o PSD, por enquanto, nem consegue ver (e menos pensar) a triste realidade da sua situação.”

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SALAZAR!!!

por Pedro Sousa em 20 de Julho de 2007

em País

Tenho observado uma coisa curiosa: há uns anos atrás (poucos), em muitas tertúlias por esse país fora, ía-se ouvindo que o país estava uma vergonha, ninguém respeitava ninguém, era tudo a meter cunhas… e, esses comentários, terminavam sempre com a famosa frase “O que este país precisa era de um novo Salazar”.

Agora acusam o Governo de autoritarismo!! Mas afinal, o que é que queremos?

Eu não acho Socrates nada parecido com aquilo que já li e ouvi sobre Salazar, mas se tanto pediram autoridade, agora queremos o regresso do “estilo Guterres”?

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