Escola da Póvoa de Varzim olhada como a “fura-greves”
Na Escola EB 2,3 de Beiriz, na Póvoa de Varzim, o processo de avaliação decorre com normalidade e dentro dos prazos.
Não há manifestações de professores, nem protestos de pais. Aos alunos, o caso quase passa ao lado. Mas aqui ser “diferente” dá direito ao olhar “reprovador” dos vizinhos e, por isso, a escola prefere agora o silêncio.
“Se uma consegue, por que é que as outras não conseguem?”, questiona o presidente da Associação de Pais do Agrupamento Campo Aberto, que abrange oito escolas, do Pré-escolar ao 3.º Ciclo, num total de 1280 alunos.
Mário Ferreira não tem dúvidas de que o “segredo” assenta numa “óptima relação entre pais, Conselho Executivo e corpo docente”. Cooperação, diálogo e trabalho, “sempre a pensar nos alunos”, são palavras de ordem. “Trabalhámos juntos na procura de soluções que tornassem o processo mais funcional”, afirma.
A escola, lembra Mário Ferreira, é “reconhecida”: tem uma “orgulhosa” taxa de abandono escolar de 0,1% e uma “baixíssima” taxa de insucesso, assentes, em grande medida, na diversidade de oferta educativa e em vários programas destinados, em cada nível de ensino, a “adaptar” a escola às necessidades de cada um. Os exemplos servem para explicar que é a trabalhar “muito”, “em silêncio” e “nos órgãos próprios” que a escola responde aos problemas. A avaliação de professores não foi excepção. “Os conselhos executivos têm de encontrar formas de tornar o processo menos burocrático. Às vezes, não se procura encontrar uma solução”, diz Mário Ferreira.
O presidente da Associação de Pais admite que o modelo “tem coisas que podiam ser melhoradas”, mas “meter a cabeça na areia não resolve”. Com auto-avaliação de docentes há vários anos e avaliação externa, a definição de objectivos individuais já é prática corrente na escola e a observação das aulas não é problema.
A escola tem 115 professores, 24 dos quais titulares. Destes, dez são avaliadores. Contas feitas, haverá um máximo de nove “Excelente” e 23 “Muito Bom”.
Beiriz até podia ser um exemplo a seguir, mas o facto é que o “diferente” trouxe a escola para a praça pública e, agora, são os “vizinhos” de outras escolas que a olham como a “fura-greve”. Por isso, o Conselho Executivo da escola prefere o silêncio, como forma de “proteger” o seu corpo docente.
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Quando uma escola é exemplar no funcionamento e tem de esconder esse facto com medo de represálias dos seus pares, percebemos a pressão dos Sindicatos e a sua própria agenda.
Numa situação normal, Mário Nogueira e o resto da banda, devia procurar aprender, saber como conseguem, como se organizam… mas isso era uma GRANDE chatice!!
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