Não estou chocada, estou revoltada.
Este governo é o maior embuste de que eu tenho memória. O chumbo do PEC IV e a queda do governo, com a justificação da falta de credibilidade do Primeiro-ministro Sócrates e do seu Ministro das Finanças, da inacreditável carga de impostos a que eles nos obrigavam, com os sacrifícios que já não se podiam suportar, com a desconfiança dos mercados, foi pura e simplesmente uma enorme mistificação para o assalto ao poder.
Já todos sabíamos disso. Foi este o governo que os portugueses votaram. Foi uma mistificação que teve a cumplicidade e a participação do Presidente da República. Ainda hoje Passos Coelho teve a ousadia de culpar o anterior governo da derrapagem no défice. Não lhe passa pela cabeça que a redução do poder de compra, o aumento dos impostos e tudo o que o governo tem feito desde que chegou ao governo, nos levará apenas a mais e mais austeridade. Tal como está a acontecer à Grécia.
O memorando da Troika obriga a austeridade, obriga a reduzir os rendimentos, obriga a reduzir o consumo, o investimento, etc. Desta magnitude é da responsabilidade deste governo.
Desde 5 de Junho que a crise passou a ser a maior desde a grande depressão, que a Europa não sabe lidar com a crise das dívidas soberanas, que há a revolta contra a arrogância de Angela Merkel e Sarkozy.
Não estou chocada, estou revoltada. Mas a democracia é assim mesmo. Foi este o governo que o povo escolheu. Não sei é que povo sobrará após este governo, ou que País.
Sofia Loureiro dos Santos
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Ainda bem que descobriu isso agora – já que há por aí muitos que ainda não descobriram e muitos outros que teimam em não descobrir. Como diria Mestre Gil: E asi se fazem as cousas! O que esperar de um País que coloca o sofá das abstenções em maiorias absolutas e que ainda agora sufragou por maioria relativa (absoluta na secretaria) um AJJ que, na Islândia, já estaria noutras andanças? Amor é ódio, paz é guerra, ignorância é força! “1984″ revisitado.