Andamos há meses nisto.
Os sindicatos de professores não queriam a avaliação “entre pares”, por supostamente causar danos irreparáveis ao ambiente de trabalho nas escolas, entre “colegas”. Mas, ao mesmo tempo, exigem a “revisão” do Estatuto da Carreira Docente e o fim da figura do “professor titular” - essencial para que a avaliação pudesse não ser “entre pares” mas sim entre categorias hierarquicamente distintas de docentes.
Por outro lado, não estariam dispostos a aceitar uma avaliação externa, porque seria feita por entidades e profissionais estranhos às escolas – como se isto fosse algo que não é feito, e bem, em tantas organizações, mas adiante. No entanto, também não querem avaliar-se uns aos outros, chegando a ser usado o argumento de que “não foram treinados para isso” (!).
Mais recentemente, novo truque.
A primeira versão do modelo de avaliação era inaceitável porque este era excessivamente burocratizado, complexo, incomportável, inexequível. No entanto, as sucessivas propostas de simplificação e melhoria são liminarmente rejeitadas por serem “remendos”, irrelevantes, inúteis. Ou, na nova versão, tentativas de “comprar os professores”, como ouvi Mário Nogueira dizer por estes dias perante as câmaras de televisão.
A recorrente circularidade dos argumentos é um péssimo sinal da falta de lisura e de seriedade com que este debate tem sido conduzido. Há milhares e milhares de Professores que merecem, e não é de agora, o ”p” maiúsculo que se tornou moda invocar; mas, por isso mesmo, não merecem as Pescadinhas (com maiúscula também) que têm sido trazidas para a mesa em seu nome.
{ 4 comentários… lê abaixo ouadiciona }
“Ou, na nova versão, tentativas de “comprar os professores”, como ouvi Mário Nogueira dizer por estes dias perante as câmaras de televisão.”
O senhor que escreveu mais este brinde não deve ouvir bem, ou só ouve o que lhe interessa (como outros que conheço…)
O Mário Nogueira expressou-se desta forma a propósito dos “rebuçados” dados pelo ME aos profs contratados e pré-reformados. No primeiro caso é colocá-los por 4 anos; o segundo é dispensá-los se se reformarem dentro de 3 anos. Isto não é comprar, qual quê!! É ser simpático porque estamos no Natal e não sei quê…
Pedro, não acredites em tudo o que lês na net! Ou então, começa a ler outras coisas, por exemplo, o que acham os professores deste assunto.
O mais giro é que, ao responder sucessivamente aos teus posts, continuo a alinhar na tua debandada contra os professores…
Caro,
Antes de mais, obrigado pelo postal de Natal.
Depois, nunca falei aqui mal dos professores. Eu não tenho nenhuma demanda (presumo que era isso que pretendias dizer) contra os professores. Contra alguns dos seus representantes, sim. O Mário Nogueira é um mau representante da classe (e olha que encontras muitos professores a concordar…).
Além disso, este tema – com já disse – não tem a ver com o “ser professor”. Tem a ver com avaliação.
O facto de comprar professores… bem, só se deixa comprar quem quer!!
Sim, o Mário Nogueira até pode ser mau representante, mas isso não invalida 2 coisas:
1ª (com a qual tu nunca irás concordar): por muito que te custe, nem a Manuela Ferreira Leite nos seus tempos de ministra conseguiu ser tão arrogante e contestada com a srª D Lurdes;
2ª O facto de o Mário Nogueira ser mau representante não tira nada às reenvidicações dos professores, acho eu. Congratulo-me por estares SÓ contra o Mário Nogueira. Ignora-o. Pode ser então que comecemos a ler coisas positivas sobre OS PROFESSORES no teu blog (não espero outra coisa de ti depois de teres dito que só estás contra o Mário Nogueira)
“O facto de comprar professores… bem, só se deixa comprar quem quer!!”
OK. Admites então que foi essa a intenção, certo???
Não admito intenção nenhuma, só estava a responder à tua insinuação.
1ª Eventualmente… e?
2ª Eu não estou contra o Mário Nogueira. Acho que é um péssimo representante de uma classe. Mas não o posso ignorar. É nele que os professores confiam para fazer passar a sua mensagem. Coisas positivas sobre os professores já aqui escrevi, mas pouco, porque para mim não se trata dos professores, trata-se da AVALIAÇÃO dos professores.