Neste momento seria muito mais cómodo para mim ficar calado e não mostrar a minha solidariedade para com a Ministra da Educação, mas esses calculismos não me assentam bem. A manifestação hoje realizada teve muitos muitos professores, mas isso não quer dizer que a ministra não tenha razão. Talvez os professores estejam a ser penalizados agora pela passividade que revelaram no passado recente, em que as avaliações eram uma farsa. Nunca houve um mecanismo de distinguir um bom de um mau professor. Todos chegavam rapidamente ao topo da carreira independentemente do seu empenho ou capacidade.
Muitos professores denunciam que o sistema de avaliação é muito burocrático, mas essa é a sua versão dos acontecimentos, e o que diz o outro lado?
P: Quantos instrumentos de avaliação existem? É um processo muito burocrático?
R: A avaliação de desempenho prevê três fichas obrigatórias: a ficha de auto-avaliação, a ser preenchida pelo professor avaliado; a ficha de avaliação científico-pedagógica, a ser preenchida pelo professor coordenador de departamento, e a ficha de avaliação da participação em actividades escolares, a ser preenchida pela direcção executiva. Cada professor avaliado preenche, por isso, apenas uma ficha, a de auto-avaliação. As escolas têm total liberdade de elaborar outros instrumentos de registo de informação que considerem relevante para efeitos da avaliação do desempenho, que devem ser simples e claros.
P: Porque não se simplifica o processo de avaliação?
R: O sistema de avaliação procura incidir sobre todas as dimensões da actividade dos professores nas escolas. A existência de instrumentos de recolha e registo, de fichas de avaliação e de regras e procedimentos constitui uma necessidade essencial para garantia do rigor e da equidade do processo e para defesa dos avaliadores e dos avaliados.
É necessário e possível simplificar o processo de avaliação, e isso pode e deve ser feito no quadro da autonomia de cada escola.
P: Quem elabora os instrumentos de avaliação? Quem controla a qualidade das fichas?
R: Os instrumentos de registo para efeitos da avaliação do desempenho docente são elaborados e aprovados pelos Conselhos Pedagógicos das escolas, tendo em conta as recomendações que forem formuladas pelo Conselho Científico para a Avaliação de Professores. Cada escola e o conjunto dos seus professores têm, por isso, autonomia para definir o que é observado e avaliado. A qualidade das fichas é controlada pelos professores no Conselho Pedagógico.
Via site do Ministério da Educação
a autoria deste post é do blog farpasdamadeira.blogspot.com